Do Começo ao Fim

No princípio, tudo era silêncio

Um vazio que não cabia em si

Um eco invertido no ventre do nada

Até que a luz se fez palavra e o verbo

Se fez intenso.

E aqui estamos, frágeis, imensos, imundos 

Sombras que caminham sob o sol

Feito poeira cósmica rumo ao infinito.

Que somos nós, se não, o intervalo

Entre um instante e outro?

A dor se molda como pedra pelo rio, mas só o amor

Faz brotar flores no deserto. Quem sabe, somos

Verso inacabado de um poema eterno...

Que cada passo ecoe como cântico, que cada lágrima

Seja a chuva que renova e que cada sorriso

Ilumine os recantos do mundo.

E no final, quando os nossos nomes se apagarem

Reste apenas, o sussurro do vento, soprando aos que virão

Que o sublime não está no momento, mas no caminho

Onde se encontra o brilho da verdade cultivada em nós.

Refrão.

Que cada passo ecoe como cântico, que cada lágrima

Seja a chuva que renova e que cada sorriso

Seja a luz que ilumine o mundo.