MORRO DE SAUDADE


Sentei à mesa para lembrar do samba
Cantei Moreira, Carlos Cachaça e Adoniran 
Busquei lá do fundo da memória, a velha guarda da Portela
E a saudosa malandragem Bezerra. 

Foi numa roda de samba lá do morro da saudade
Que me juntei com essa rapaziada boa!

Logo que cheguei avistei Clementina de Jesus
Em sua mão Um torresmo à milanesa acompanhado 
De um copo cerveja, junto a ela, sorridentes estavam Zica
E Cartola eternizados na canção As Rosas...

Renasci com Nelson Cavaquinho quando cantou
A flor e o espinho e só não ficou sozinho
Por conta da Mineira do Nogueira.

Bem ao longe ouvi a voz rouca do Candeia  
Às seis da tarde, o morro inteiro chorava na Ave-Maria 
Na voz precisa da estrela Dalva De Oliveira

Carinhoso, Pixinguinha tocava o seu trompete
Lembrei-me dos tempos de criança... 
Com Ataulfo cantando junto com Zé Keti
Balançando a pança na Discoteca do Chacrinha

O Velho Guerreiro incendiando as tardes de Domingos
Falava por metáforas para chamar Teresinha

Cantando eu ia me lembrando do passado
Com Carlos Cachaça fazendo a maior Quizomba
E foi lá, na Vila do Martinho que ouvi Vai Vadiar 
Do Zeca Pagodinho.

E, quase morri de tanta emoção
Quando vi  Nelson Gonçalves 
Cantando a Bete Balanço do Cazuza

Cantei que nem criança dancei como ninguém
Sorri tantas vezes, e morri de tanta alegria
Na genialidade Gonzaguinha compondo
O Eterno aprendiz.
 




Os meus agradecimentos a todos esses e a tantos outros poetas compositores que enfeitaram minha vida e a vida de milhares de brasileiros quando plantaram em nossos corações, as sementes de suas canções.