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Conversando com meus grilos.
Grilo, me diz: Tua asa canta ou reclama? É prece que sobe, ou dor Em chama? Teu canto acorda a noite E no meu peito, o mesmo som Mas o que me corrói não tem asas Não salta de folha em folha nem sabe Do orvalho, o tanto que tu sabes. Os grilos da alma, esses, ficam presos Nos emaranhados da mente. Saltam Do ontem para o amanhã, sem nunca Pousar no presente. E eu aqui, Entre teus trinados e meus labirintos Vou-me perguntando: se aprendesse Tua língua, não seria menos pesado Os grilos que carrego, em cada esquina Do passado? Fala, grilo, me ensina: Tu gritas por existir ou pela dor Do seu fardo?
Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 24/01/2025
Alterado em 24/01/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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