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Tempo perverso
Tempo, esse inimigo impiedoso, forte
Às vezes, medroso, covarde que passa Levando os amigos e os sorrisos da gente. No tempo, se perderam saudades E aquela criança que brincava De pique-esconde e que pulava Amarelinha na escola. Ah, tempo se tu soubesses quantas coisas Se perderam, quem sabe, paravas Alguns instantes, para eu vivê-los Eternamente... Um punhado de mãos entrelaçadas Risos presos ao vento. Se tu parasses Ao menos uma vez, deixar-me-ia Colher as flores que caíram, antes Que o outono chegasse. Mas não, Segues surdo, desalmado, pisando Nas horas que sonhei guardar. Devolva-me o brilho dos olhos Que partiram, a dança das folhas Que já não vejo, ou a voz doce De quem nunca mais voltou. Por entre as rugas e lágrimas Restou-me o eco de um grito calado. Ah, tempo... leva-me contigo Quem sabe, assim, te perdoo.
Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 27/01/2025
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