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Chamado Divino
Oh, vida!
És vasto oceano em mar De solitude, céu que se alarga Além dos olhos em plenitude. Chama que arde, ainda que tímida, Canto que clama em alma contida. Que fizemos, nós? Oh, majestade! Pisamos em tuas margens, mas não Mergulhamos em tuas águas profundas. Colhemos flores, mas esquecemos o perfume, Vivemos o dia, mas o sonho, guardamos. Não é a vida um convite a amar Sem medida? Então, por que tememos Os ventos da incerteza? Se é no abismo Que nasce a fortaleza! Mais, muito mais do que fizemos Devíamos ter feito: abraçar mais Que os corpos, os corações. Ouvir as sinfonias do silêncio, dar Mais voz às nossas contradições. Que seja agora o tempo de alçar voo, De viver a vida como o lírio vive o orvalho. Cantarolar o dia na doçura rouxinol, ser um rio Que corre sem temer o atalho. Pois, se há na vida tanto para desbravar Que sejam nossos passos, pontes Para o desconhecido. E ao findar a jornada, No derradeiro abrigo, que digamos à vida: Eu vivi contigo!
Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 28/01/2025
Alterado em 28/01/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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