Das coisas boas da vida

Olhe,
Há um pássaro cantando lá fora. Um vento distraído brincando nas folhagens
Há uma manhã cheirando a café e pão quentinho na cozinha. Um sol que desponta
Por detrás da colina e se encosta nas vidraças, como quem espia a vida passar pela janela.

As crianças correm sem motivo, os cães abanam rabos sem razão e a felicidade
Escorre assim, feito água de rio, sem olhar para trás e sem medo do abismo.

Há uma carta que se abre sem pressa, trazendo palavras antigas
E um bocado de saudade. São saudades boas, que fazem cócegas
No coração, inundam os olhos de sorrisos guardados.

O abraço é sempre a menor distância entre dois amigos e há sempre
Uma flor inesperada, nascida na fresta do dia.

Olhe!
Se olhar bem de perto, o mundo é cheio dessas belezas
Que causam o contentamento da alma, desmancham
Qualquer tristeza!

Pegue um punhado de versos
Um gole de sorriso e espalhe por aí...
Porque a vida, quando bem
Cantada é um poema
Que não se lê
Sozinho.