![]() Brava gente, brasileira!Prefácio
Este poema nasceu do chão rachado do sertão e do olhar teimoso de quem insiste em viver. Não é panfleto, nem bandeira: é testemunho. Testemunho da fome, da seca, da luta antiga que molda o povo brasileiro no silêncio e no suor. Fala da esperança brava, que não se doma nem morre, mesmo quando tudo ao redor parece desistir. É uma homenagem à resistência silenciosa de milhões que, no último pau de arara, ainda carregam um mundo de sonhos nas costas.
Poema - Brava gente, brasileira!
A seca racha a boca do chão O gado magro espanta mosca com a costela Menino corre atrás do vento com o seu bodoque E uma vontade ferrenha de alcançar o futuro.
No peito, a fome morde feito cão raivoso Mas o olho teima em mirar o longe, onde a terra Pode ser boa, onde o milharal cresce Com ou sem reza.
O carro de boi range seus ossos na estrada O homem, tostado de sol, não se entrega: Só larga da luta no último pau de arara.
E mesmo assim, vai sorrindo, miúdo Chorando pra dentro, porque a esperança É bicho bravo, não se doma! Não se mata De sede ou de fome!
No centro-oeste, sudeste e no sul A esperança olha para outro rumo Todos, sedentos de democracia, não essa! Mas aquela, onde todo o poder Emana do povo!
Brasil! Caminhe nessa sede escancarada Pois, essa brava gente brasileira não se curva Nem se cala!
Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 26/04/2025
Alterado em 26/04/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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